Moda no metaverso pode gerar US$ 25 bilhões anuais até 2030 aponta BCG

Em pesquisa com quase 3 mil pessoas, 72% já realizaram compras e devem voltar a comprar produtos de moda digital
 
São Paulo, 6 de fevereiro de 2023 — O mercado de moda no metaverso é uma realidade de sucesso. É o que mostra uma pesquisa do Boston Consulting Group em parceria com a DRESSX, loja especializada em moda virtual, que analisou as oportunidades do mundo fashion no novo ambiente digital, e mostra que a tecnologia, mesmo em formação, já conta com um mercado a ser explorado.

Com 2,8 mil respondentes, o BCG concluiu que as experiências de consumo de moda digital foram impulsionadas pela curiosidade sobre a tecnologia (36%).

Ainda assim, 72% disseram que voltarão a realizar compras de produtos apenas para o uso virtual.
 
“O metaverso pode soar como algo muito abstrato para as pessoas, mas vemos o novo ambiente como uma evolução gradual da internet que conhecemos hoje — todos viveremos nesses mundos virtuais eventualmente.

Dessa forma, é fácil compreender o que a pesquisa nos mostra em dados: a aparência é importante em todos os lugares, e por isso a compra de acessórios e vestimentas para uso virtual é crescente em diversos países”, diz Ricardo Tiezzi, diretor executivo e sócio do BCG.

De acordo com a pesquisa, 45% dos usuários digitais na Ásia afirmam que sua aparência digital é tão importante quanto a física.
 
A moda no metaverso ajuda, ainda, o usuário a ter uma identidade visual: buscando a singularidade no ambiente digital, 55% dos respondentes disseram comprar itens virtuais pela vontade de se expressar pelos produtos adquiridos.

Entre outras motivações para o consumo nesse espaço on-line, 45% disseram fazer o investimento para ficarem por dentro das novidades.

A expectativa é que as marcas líderes na indústria da moda estarão no metaverso até 2030 e isso pode se traduzir em receitas extras de US$ 25 bilhões por ano, provenientes de skins para jogos, roupas para avatares digitais e NFTs.
 
Tecnologia para uma indústria mais sustentável
A indústria da moda responde, atualmente, por 5% das emissões ao redor do mundo.

Apesar de o uso excessivo de tecnologia, necessário para construir e manter a realidade virtual também carregar sua pegada de carbono, a inovação pode trazer oportunidades para o setor.
 
A presença no metaverso pode ajudar a reduzir a superprodução de peças e, consequentemente, as emissões de CO2.

Algumas novidades tecnológicas, como o design 3D, podem diminuir a necessidade de peças
físicas e de devoluções, com showrooms virtuais e provadores tridimensionais.

O BCG estima que, para cada 1% de superprodução reduzida, as emissões de GEE da indústria da moda cairiam entre 0,2% e 0,4%.
 
“Conforme o mercado entra no metaverso, é importante que as marcas incorporem mecanismos de sustentabilidade desde o primeiro momento.

Empresas de moda não devem fazer apenas escolhas tecnológicas conscientes no novo ambiente, mas também podem ajudar a estabelecer padrões sustentáveis para a indústria”, diz Tiezzi.

O estudo completo está disponível, em inglês, no site do BCG