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Mercado discute impacto do uso da tecnologia para desinformação durante as eleições de 2024

Mercado discute impacto do uso da tecnologia para desinformação durante as eleições de 2024


Após medida do TSE, Google e Meta já dialogam com congressistas em Brasília, enquanto empresas e especialistas falam sobre a influência da IA nos próximos meses


Em ano de eleições municipais no Brasil e de votação em vários outros  países no mundo, a preocupação sobre fakes news e ataques hackers ganham peso com a chegada da inteligência artificial. Por isso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já tomou medidas e proibiu o uso de IA em propagandas de partidos com penas que podem cassar o mandato. As bigtechs também serão atingidas com a medida, já que devem ser punidas,  por exemplo, se não retirarem essas deepfakes do ar. O Google e a Meta já transitam nos bastidores do congresso para debaterem sobre o tema.


“Esse movimento das empresas é importante porque muitas ferramentas já são utilizadas em larga escala para produzir desinformação como se fosse real, e isso afeta dramaticamente toda a sociedade”, alerta o especialista Tonimar Dal Aba, gerente técnico da ManageEngine, divisão de TI corporativo do grupo Zoho.


Tonimar destaca a importância da união entre poder público e privado no combate a essa propagação de informações mentirosas e no ataque a órgãos públicos. “A segurança cibernética é uma necessidade não só para pessoas e empresas que querem proteger seus ativos digitais, mas para os governos que veem a integridade de seus sistemas democráticos ameaçados por novas tecnologias. O investimento neste segmento precisa vir acompanhado de legislações que evitem o uso indevido dessas ferramentas, as quais, originalmente, foram criadas para facilitar atividades legítimas. Isso é algo que o governo brasileiro vem prestando muita atenção devido ao cenário crítico que enfrentamos com o avanço das tecnologias de inteligência artificial.”


Entenda, na prática, como a IA é utilizada nas eleições


Tonimar explica melhor sobre o uso de IA e seus sistemas generativos. Ele conta que essas ferramentas possibilitam a criação de deepfakes, que são montagens de imagens, vídeos e áudios para replicar rostos, gestos e vozes de forma realista. Além disso, a tecnologia também ajuda a identificar padrões de opinião e facilita a propagação de mensagens micro segmentadas. “Imagine que um partido ou qualquer outra pessoa pode pegar um vídeo de um candidato e alterar sua fala, utilizando a mesma voz e as mesmas expressões. Em alguns casos é muito difícil ver que a imagem foi manipulada e as pessoas acabam acreditando no que estão vendo e ouvindo. Isso aconteceu muito na última eleição para presidente no Brasil e inflamou ainda mais a polarização”, detalha.


A ferramenta ainda torna os golpes e ataques hackers mais sofisticados e difíceis de serem rastreados, aumentando o risco de invasões em contas e perfis oficiais. Este cenário traz riscos para empresas do setor privado, que podem ser atingidas inadvertidamente no fogo cruzado de ameaças cibernéticas, direcionadas aos processos eleitorais. Isso pode acabar afetando sua estabilidade no mercado e também a sua reputação entre os consumidores.


Tonimar conta que as soluções de cibersegurança baseadas em IA tornam-se indispensáveis, oferecendo dados e infraestruturas sensíveis, protegendo canais de comunicação e garantindo a integridade das transações digitais. Ao empregar algoritmos avançados de aprendizagem automática, as empresas podem gerenciar proativamente a sua pegada digital e diminuir os riscos associados à desinformação. Ele ressalta que essas medidas devem ser desenvolvidas e implementadas de modo transparente e responsável, alinhadas com padrões éticos, garantindo que a sua utilização da IA não comprometa a confiança dos clientes nem infrinja os direitos individuais.


Diversas redes sociais já criaram regulamentos para proibir ou identificar conteúdos gerados por IA em suas plataformas. Mesmo assim, os sistemas de reconhecimento desse tipo de fake news ainda precisam de mais desenvolvimento, principalmente os que utilizam sistemas criptografados. “O Brasil é um dos países que mais sofrem violações cibernéticas no mundo, por isso é onde mais se vem discutindo medidas contra esses ataques e onde empresas de tecnologia mais encontram campo para desenvolver proteções a favor das pessoas, das empresas e do poder público”, comenta.


“Embora a IA possibilite comportamentos ilegítimos, seus benefícios conseguem superar os riscos. Essa tecnologia surge como uma forte aliada para o aprimoramento de sistemas de cibersegurança, possibilitando campanhas eleitorais mais transparentes e tomadas de decisões individuais, ao contribuir para o acesso à informação, como por exemplo, nas análises de candidatos”, pondera Tonimar. “O momento é oportuno, ainda temos tempo  para agir, mas isso exige um esforço permanente. Por meio da educação pública contínua, da regulação eficaz e da colaboração da indústria, podemos enfrentar esses desafios e proteger a integridade dos ecossistemas de informação online”, finaliza.


Sobre a ManageEngine


A ManageEngine é a divisão de gerenciamento de TI corporativo da Zoho Corporation, atendendo a uma ampla gama de empresas, MSPs e MSSPs. Empresas estabelecidas e emergentes, incluindo 9 em cada 10 organizações Fortune 100, contam com as ferramentas de gerenciamento e segurança de TI em tempo real da ManageEngine para garantir o desempenho ideal de sua infraestrutura de TI, incluindo redes, servidores, aplicativos, dispositivos e muito mais. A ManageEngine possui escritórios em todo o mundo, incluindo Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Holanda, Índia, Colômbia, México, Brasil, Cingapura, Japão, China, Austrália e Reino Unido, além de mais de 200 parceiros globais para ajudar as organizações a alinhar estreitamente seus negócios e TI. Para mais informações, visite 
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