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Por que o Bitcoin segue em ascensão entre os brasileiros? 

Por que o Bitcoin segue em ascensão entre os brasileiros? 

*Danilo Matos, Especialista de Marketing na NovaDAX

Não é possível falar em criptomoedas sem falar em Bitcoin. A pioneira dentre os ativos digitais, criada em 2009, segue desde então em evidência. Dados do Google Trends apresentam que as buscas em sua barra de pesquisas pelo termo “Bitcoin” bateram os recordes atingidos em 2017 e em 2021.  

O motivo está relacionado aos novos picos de preços alcançados pela criptomoeda após grandes acontecimentos, que estão fazendo de 2024 um ano de muitas comemorações para os investidores de criptoativos. Entre eles, o Halving, evento que a cada quatro anos reduz as recompensas dos mineradores pela metade e que costuma marcar novos ciclos de alta, e a aprovação dos ETFs de Bitcoin pela SEC o equivalente a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nos Estados Unidos. 

Gráfico do Google Trends. Pesquisas do termo “Bitcoin”

De acordo com a sétima edição do Raio-X do Investidor Brasileiro realizada pela ANBIMA, em parceria com o Datafolha, o Bitcoin está entre as criptomoedas mais populares entre os investidores brasileiros, especialmente os mais jovens. Já em um relatório da PwC de 2023, 45% dos investidores brasileiros entre os 18 e 35 anos consideram o Bitcoin como uma opção viável de investimento. Esse é o grupo que mais tem se mostrado disposto a explorar as oportunidades oferecidas pelas finanças descentralizadas (DeFi) e outras inovações do setor financeiro. A facilidade de acesso e a natureza digital do Bitcoin o tornam especialmente atraente para esses jovens investidores.

Outro atrativo do Bitcoin é a percepção de segurança e o seu potencial para retornos maiores que o encontrado em investimentos mais tradicionais como a poupança e a B3 – Bolsa de Valores. Embora o mercado de criptomoedas seja conhecido por sua alta volatilidade, muitos investidores veem o Bitcoin como uma reserva de valor semelhante ao ouro, mas tem a vantagem da escassez por ter uma quantidade limitada. 21 milhões é o número máximo de Bitcoins que serão minerados. Atualmente, estima-se que desses, 19 milhões já tenham sido emitidos. Essa limitação tende a tornar o Bitcoin mais raro e valioso ao longo dos anos.

De acordo com novos dados divulgados pela empresa Triple-A, o Brasil é um dos países líderes na adoção de criptomoedas em todo o mundo, ocupando o sexto lugar em maior adesão da população ao mercado, considerando o percentual em relação ao total da população brasileira e do total dos brasileiros detentores de criptoativos. Conforme o levantamento, até o fim de 2023, 26 milhões de brasileiros detinham criptomoedas. 

Recentemente, o fundador do Nubank afirmou que acredita muito no potencial do Bitcoin, apesar de não acreditar na maioria das moedas digitais. O que não me surpreende já que o mercado de criptoativos, apesar de ser um mar de oportunidades, ainda tem ondas capazes de virar grandes embarcações assustando até mesmo a maior das baleias. Além do mais, o número de pessoas que relatam ganhos com investimentos em Bitcoin são mais populares e fazem com que ela seja a primeira opção quando se pensa em ativos digitais. 

Outro fator que agrega para a adoção do Bitcoin pelos brasileiros é a proliferação de conteúdo educacional sobre criptomoedas no Brasil. Além de Plataformas de Ensino, cursos online, Webinars, os influenciadores digitais têm desempenhado um papel crucial na disseminação do Bitcoin. Grandes influenciadores como Nathalia Arcuri, CEO do Me Poupe, fala abertamente em suas redes apresentando criptomoedas como ferramentas de investimentos, assim como o Primo Rico, outro grande meio sobre educação financeira, apresenta diversas vezes o Bitcoin como forma de investimento.

Ainda que outras moedas como Solana e Ethereum estejam ganhando espaço no mercado brasileiro, o Bitcoin segue sendo mais popular por aqui.  Esse cenário se reflete também ao redor do globo. Os motivos para isso são muitos e isso é benéfico para todo o universo cripto, que ganha cada vez mais visibilidade e oportunidades de expansão para além da criptomoeda mãe.