Priorizar higiene ocupacional protege empresas e seus colaboradores

O ambiente de trabalho é um dos principais cenários de exposição a agentes cancerígenos. Segundo um estudo do Instituto Nacional do Câncer (INCA), publicado em 2018, os locais de trabalho concentram altos níveis de agentes químicos, físicos e biológicos que podem causar diversos tipos de câncer.

Embora a ciência já tenha comprovado essa relação, o número de notificações de câncer ocupacional ainda é baixo. Estimativas indicam que 10,8% dos casos de câncer em homens e 2,2% em mulheres estão relacionados a fatores presentes no ambiente de trabalho.

Além do câncer, outras doenças como asma, dermatose, antracnose pulmonar e perda auditiva também podem ter origem ocupacional, constituindo “epidemias silenciosas” que incapacitam e matam trabalhadores diariamente, conforme apontado por Berenice I. F. Goelzer, da Associação Brasileira de Higiene Ocupacional (ABHO). A importância da Higiene Ocupacional é, portanto, crucial desde a fase de antecipação até a análise de indicadores biológicos.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 2,3 milhões de pessoas morrem anualmente devido a acidentes e doenças ocupacionais. Embora ocorram cerca de 160 milhões de novos casos de doenças ocupacionais a cada ano, a atenção dada a essas questões por agências internacionais, governos, mídia, empresários e trabalhadores não condiz com a sua gravidade e impacto social e econômico.

Para Thiago Avelino , técnico em segurança do trabalho e CEO da SafetyTec , empresa pioneira no desenvolvimento de soluções inovadoras e tecnológicas para rotinas relacionadas à Segurança do Trabalho no Brasil, muitas dessas doenças se desenvolvem devido à falta de atendimento médico adequado, diagnósticos incorretos ou longos períodos de latência. “Na América Latina, por exemplo, a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) estima que apenas 5% dos casos reais de doenças ocupacionais são notificados. Estratégias preventivas podem evitar grande parte dessas doenças, mas sua aplicação depende de governos, empresas e trabalhadores”, relata.

A negligência em relação aos riscos ocupacionais é agravada pela falta de atenção a danos silenciosos e longos períodos de exposição. “Profissionais do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) frequentemente focam em riscos evidentes como trabalhos em altura ou uso de máquinas, ignorando fatores como ruído, vibração e exposição a poeiras e vapores orgânicos”, lamenta.

O especialista acredita que muitas empresas, especialmente as pequenas e médias, não possuem Programas de Prevenção Ambiental consistentes. “Fases essenciais, como antecipação e reconhecimento, são frequentemente deficientes ou mal executadas. O monitoramento e as medidas de controle também carecem de embasamento técnico sólido. Programas cruciais como o Programa de Conservação Auditiva (PCA) e o Programa de Proteção Respiratória (PPR) são muitas vezes negligenciados, resultando em ineficiência no controle de agentes nocivos”, pontua.

Outro desafio é a falta de diretrizes oficiais para a formação de profissionais em Higiene Ocupacional. “Embora a área tenha sido reconhecida como uma ciência profissional no Brasil em 2014, não há uma obrigação legal de que essas atividades sejam realizadas por higienistas ocupacionais qualificados”, revela.

Avelino acredita que promover a Higiene Ocupacional é fundamental para garantir um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. “A implementação de medidas adequadas pode não apenas proteger os trabalhadores de agentes nocivos, mas também reduzir o impacto social das doenças ocupacionais, aliviando a pressão sobre o sistema de saúde e o sistema previdenciário, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os trabalhadores e suas famílias”, finaliza.

Sobre a SafetyTec

A SafetyTec foi criada a partir da junção de competências de profissionais das áreas de Segurança do Trabalho e Tecnologia da Informação, com o objetivo em comum de inovar e criar soluções tecnológicas que auxiliem a rotinas relacionadas à Segurança do Trabalho dos milhões de trabalhadores existentes do Brasil. O propósito da companhia é promover a eficiência operacional das empresas por meio de soluções tecnológicas, proporcionando informações estratégicas e simplificando a gestão de Saúde e Segurança do Trabalho (SST).

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Sobre Thiago Avelino

Técnico em Segurança do Trabalho, com mais de 15 anos de expertise oferecendo Serviços e Consultoria em Saúde e Segurança do Trabalho para empresas de Óleo e Gás, Papel e Celulose, Fundição, Produção de Aço e Mineração, Thiago Avelino é um profundo conhecedor da legislação relativa à aplicação de Equipamentos de Proteção Individual, Palestrante e Mediador em eventos de SST. É também CEO e cofundador das plataformas SafetyTec, SafetyEAD, BuscaEPI e ConsultaCA.

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