Ciência e Meio Ambiente

Programa Mãos Pro Futuro recupera 165 mil toneladas de materiais recicláveis

Programa Mãos Pro Futuro recupera 165 mil toneladas de materiais recicláveis

Programa nacional de logística reversa, coordenado pela ABIHPEC, engloba aproximadamente 200 organizações de catadores e atende 14 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

O Mãos Pro Futuro, programa pioneiro em logística reversa de embalagens pós consumo em geral no Brasil, coordenado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) e a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (ABIPLA), completa 18 anos em 2023, atingindo 31,6% de recuperação de materiais, o equivalente a 165.661 toneladas de materiais recicláveis recuperados e encaminhados à reciclagem apenas no último ano, superando as metas federais e estaduais estabelecidas para 2023 (22% de recuperação).

O relatório consolidado do programa mostrou que, do total recuperado, 41% correspondem a plásticos, 35% a papéis, 16% a vidros, e 8% de metais. Desde sua criação, o programa já encaminhou para reciclagem 1.132.006 toneladas de resíduos, destacando-se como o primeiro sistema de logística reversa a ultrapassar a marca de um milhão de toneladas de materiais reciclados.

Além dos números de reciclagem, o Mãos Pro Futuro envolve diretamente aproximadamente 200 organizações de catadores, reunindo 5.727 profissionais da reciclagem em cerca de 150 municípios. A renda média mensal dos catadores foi de R$1.515,60 em 2023, 14,8% superior ao salário mínimo nacional de R$1.320,00, com 73% desses trabalhadores ganhando acima de R$1.100,00.

“Os resultados de performance do Programa Mãos Pro Futuro em 2023 reafirmam a importância do apoio contínuo e estruturação às cooperativas de catadores, essenciais para a sustentabilidade ambiental e para o crescimento dos índices de reciclagem do país, garantindo, além do compliance regulatório para as empresas aderentes, o impacto ambiental e social em sua operação”, afirmou João Carlos Basilio, presidente-executivo da ABIHPEC.
 


Para a entidade, o modelo estruturante de operação é essencial na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. A reciclagem de grandes volumes de resíduos evita que toneladas de lixo sejam descartadas em aterros, onde a decomposição gera metano, um potente gás de efeito estufa. A reciclagem de plásticos, neste caso, impede que esses materiais se acumulem nos oceanos, preservando ecossistemas aquáticos e prevenindo a poluição marinha.

A iniciativa também se mostra relevante na prevenção a desastres ambientais, como enchentes. Esses eventos, potencializados pelas mudanças climáticas, são causados, em parte, pelo manejo inadequado dos resíduos. Ao promover a reciclagem, a logística reversa ajuda a criar um ambiente mais resiliente a eventos como esses.

Presente em todas as 27 unidades federativas do Brasil, o programa atua em 30 dos 50 municípios mais populosos do país e em 31 cidades do litoral, além de Manaus e Belém. Nas regiões costeiras, 53 organizações parceiras recuperaram 37.195 toneladas de materiais recicláveis em 2023, representando 22,5% do total anual do programa. 

Além de ser objeto de reconhecimentos nacionais e internacionais, atualmente, o programa atende 14 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da agenda 2030 da ONU.