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Aceita Pix? Em três anos, ferramenta evoluiu trazendo simplicidade para transações bancárias

Aceita Pix? Em três anos, ferramenta evoluiu trazendo simplicidade para transações bancárias

Após três anos da implantação no Brasil, o pagamento instantâneo se provou eficaz, tornando-se o favorito entre usuários e empresas
 

Com 650,7 milhões de chaves cadastradas no Banco Central em apenas três anos de implantação, o Pix conquistou os brasileiros e tem ganhado força em diversos segmentos. O pagamento mudou a rotina dos consumidores e empresas, que encontraram um formato rápido e prático de realizar transações sem envolver taxas altas, como as maquininhas de cartões.

Lançado em 5 de outubro de 2020, o Pix foi criado para ser uma alternativa moderna aos métodos de pagamento tradicionais e com menos burocracias. Hoje, é possível realizar transações 24 horas por dia, sete dias por semana, de forma rápida e segura, usando apenas um smartphone.

Em maio de 2023, o Pix já acumulava mais de 149 milhões de usuários no Brasil, sendo mais de 137 milhões de pessoas físicas, segundo o Banco Central. Mas a aderência foi mais rápida do que se imagina: o número de usuários entre março de 2021 e o mesmo mês de 2022 saltou em 72%, aponta a pesquisa da Febraban realizada pela Deloitte. Além disso, o BC afirma que, em março de 2021, com apenas cinco meses, o número de transações via Pix já havia superado aquelas realizadas via TED e DOC.

Para Rudá Galvão, Co-fundador e Líder Comercial da Aarin, hub tech-fin especializado em Pix e embedded finance, a adoção rápida da ferramenta surpreendeu positivamente os especialistas. “O Pix é democrático, porque beneficia tanto as pessoas físicas quanto as empresas, de todos os tamanhos, que integraram o método em seus processos de pagamento, oferecendo aos clientes uma alternativa eficiente às transações tradicionais”, explica.

Para se ter uma ideia, segundo um levantamento da Consultoria Gmattos, o Pix foi adotado em 100% das principais lojas de e-commerce, como Mercado Livre, Amazon, Casas Bahia e Magalu, além de redes de farmácias, supermercados e companhias aéreas. Isso se deve ao fato de ele melhorar significativamente a experiência do consumidor.

“A taxa de abandono do carrinho de um marketplace era muito maior antes. Com o Pix, o consumidor pode comprar de forma mais fluida com menos fricção, já que não precisa passar por uma série de cadastros para fazer o pagamento. E o varejista, por sua vez, recebe o valor mais rápido, e consegue fazer o repasse automático aos parceiros comerciais, com tecnologia de split no caso dos marketplaces”, comenta Galvão.

Para as pequenas e médias empresas, a vantagem vai muito além da experiência. O custo médio da loja na transação Pix é de 0,33%, enquanto seu principal concorrente direto, o cartão de débito, tem um custo de 1,13%. O Pix também ganha na taxa média de conversão no checkout, que supera os 80%, enquanto o cartão de débito converte cerca de 30% das compras — o que significa um faturamento quase três vezes maior para os lojistas com o Pix, como sugere o mesmo estudo.

A expectativa para os próximos anos é otimista. Sobre o Pix, Rudá acredita que pode alcançar um público maior e ser mais presente na vida das pessoas, desde compras mais simples até grandes investimentos. “Nesses três anos, pudemos ver o potencial da ferramenta na inclusão e simplicidade para o dia a dia. Agora, acredito que vamos vê-la se desenvolver com mais força que antes e trazer possibilidades ainda inimagináveis”, conclui.

Do Brasil para o mundo

Enquanto o Pix faz três anos, o FedNow, ou ‘Pix americano’, acaba de nascer. Isso prova que nem tudo que vem de fora é melhor e mais inovador. O Fed (Sistema de Reserva Federal é o sistema de bancos centrais dos Estados Unidos) atua de forma independente do governo norte-americano e é responsável por estabelecer as taxas de juros e a estabilidade econômica do país, algo que anda em xeque nos últimos tempos. A criação do FedNow vai ao encontro desse novo cenário, proporcionando uma opção mais completa e menos dispendiosa à população.

Assim como os Estados Unidos, o Canadá e alguns países da América Latina também estão interessados em importar a tecnologia do Pix para seus respectivos sistemas bancários. Além disso, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) está desenvolvendo o Nexus, projeto que deve operar como um Pix internacional e permitir transferências instantâneas entre usuários de mais de 60 países.