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Alerta na industria por que o ramo corporativo seguira na mira dos cibercriminosos se nao agir logo


Alerta na indústria: por que o ramo corporativo seguirá na mira dos cibercriminosos se não agir logo?



* Rodrigo Rocha, Gerente de Arquitetura de Soluções da Compugraf


À medida que o setor industrial abraça a transformação digital, a eficiência e a inovação saltam para alcançar picos nunca antes vistos ou imaginados. Com a adoção cada vez mais intensa de soluções de IoT, automação e sistemas integrados, as fábricas modernas se transformam em verdadeiros hubs, onde cada processo é otimizado por dados e conectividade.


No entanto, é preciso estar claro para todos que a mesma tecnologia que impulsiona a produtividade também amplia significativamente a vulnerabilidade das instituições. Embora, indubitavelmente, a realidade tecnológica seja benéfica, é fato também que ela expõe as companhias a uma série de ameaças cibernéticas perigosas.


Se por um lado os cibercriminosos estão cada vez mais sofisticados, utilizando técnicas avançadas para explorar qualquer vulnerabilidade, por outro, o setor industrial, que lida recorrentemente com dados e processos críticos, representa um espaço extremamente atrativo para as gangues virtuais.


Como consequência, o que temos é um cenário de alto risco, em que um ataque bem-sucedido significa uma ameaça real e imediata para as operações, podendo resultar em perdas financeiras significativas, danos irreparáveis à reputação e até mesmo, dependendo do setor de atuação da organização, em riscos à segurança pública.


Não é à toa, portanto, que o número de tentativas de golpes liderados por criminosos cresce exponencialmente. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Check Point, as organizações brasileiras registraram um aumento de  38% no número de tentativas de ciberataques em geral no primeiro trimestre deste ano. Um dos mais comuns deles, os ataques de ransomware, por exemplo, afetaram 75% das indústrias globais em 2023, conforme relatório da Claroty.


Além da alta atratividade atrelada aos dados e operações corporativas, existem outros fatores que ajudam a entender o porquê destes números estarem tão significativos. Um dos aspectos mais evidentes nesse sentido é o de que muitas indústrias ainda operam com sistemas legados e que não foram projetados pensando na segurança cibernética. Além disso, soma-se a escassez de especialistas em cibersegurança, culturas organizacionais muitas vezes defasadas  e a constante expansão das superfícies de ataque.


Como combater?


Diante deste cenário, a segurança cibernética no setor industrial transcende a simples proteção de dados. É uma questão de manter a continuidade dos serviços, garantir a segurança operacional e proteger os ativos mais críticos de uma corporação. Para combater essas ameaças é preciso ter em mente que não basta reagir; é preciso ser proativo. Hoje, a proteção do setor industrial passa invariavelmente pela adoção de uma abordagem holística e multifacetada de defesa.


Isso inclui, por exemplo, investir na educação e conscientização de todos os funcionários, criando uma robusta cultura de segurança onde cada membro da organização compreende os riscos e sabe como responder a ameaças cibernéticas. Mais do que isso, avaliações regulares de vulnerabilidade e testes de penetração também são estratégias essenciais para identificar e remediar potenciais falhas de segurança.


O uso de tecnologias de ponta para a proteção cibernética é outra camada crucial de defesa. A opção por antivírus modernos e robustos, firewalls de última geração, sistemas de detecção de intrusões e até softwares específicos para o setor industrial representa camadas protetivas que podem significar a diferença entre uma operação segura e um desastre.


É importante destacar ainda que o desafio da cibersegurança não pode ser enfrentado isoladamente. A colaboração entre empresas, autoridades e especialistas é fundamental para desenvolver melhores práticas e compartilhar conhecimentos sobre ameaças emergentes.


No caso do Brasil, vale destacar, por exemplo, a Nova Política Industrial, uma iniciativa do governo envolvendo o setor público e privado para a formação de uma visão estratégica para o crescimento do setor industrial de um país. Tendo a cibersegurança como um dos pontos prioritários, o projeto tem entre seus objetivos  impulsionar os investimentos na segurança e resiliência da ciber infraestrutura industrial para proteger os ativos do país contra ameaças cibernéticas frequentes.


Em suma, enquanto a indústria continua a se beneficiar das inovações digitais, os líderes empresariais precisam também focar em construir e manter defesas robustas contra as crescentes ameaças digitais. A segurança cibernética deve ser vista como um componente integral da estratégia industrial, sendo essencial para proteger não apenas as corporações em si, mas toda a sociedade que depende que suas operações sejam contínuas e seguras.


A era digital trouxe muitas promessas e privilégios, mas também nos desafia à mesma medida a sermos vigilantes e preparados. Afinal, na corrida tecnológica, quem não se protege, está programado para falhar.



* Rodrigo Rocha é Gerente de Arquitetura de Soluções da Compugraf, empresa de tecnologia focada em redes, segurança da informação e gerenciamento integrado de riscos.



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