Compliance Fiscal x tecnologia: qual é a ligação?

Inserir e interpretar corretamente a tecnologia no departamento tributário coloca a empresa em harmonia com princípios de conformidade e segurança fiscal
 
Por Marcelo Simões*

O Compliance, de modo geral, representa uma tendência de caráter obrigatório para empresas do Brasil e do mundo.

Marcelo Simões

Para se ter uma base de justificativa quanto ao tema, um estudo realizado pela Fundação Tide Setubal e Instituto Sivis, mostra que 62,3% dos empresários brasileiros acreditam que práticas de governança e Compliance são os assuntos mais prioritários, no que diz respeito à agenda de ESG (Ambiental, Social e Corporativo).
 
Não há dúvidas de que o mercado, na figura de organizações, profissionais e consumidores, clama por mais conformidade.

Superando estigmas de modismos, ter um sistema de gestão, em sua totalidade, ancorado por princípios de Compliance, é uma questão de sobrevivência para empresas dos mais diversos portes e segmentos. Trazendo a discussão para o âmbito fiscal, os desafios são ainda maiores.
 
Historicamente, o modelo tributário adotado em nosso país é reconhecido por sua complexidade, frente ao excesso de burocracia, informações cruzadas, e um modus operandi de atualizações contínuas que só complicam a vida de companhias com pouco embasamento técnico.

O resultado, em muitos casos, pode ser a ocorrência de multas, morosidade em atividades importantes, bem como um quadro de incertezas sobre a sinergia do negócio com as obrigações fiscais. Afinal, como reverter esse cenário?
 
A espinha dorsal (ou digital) do Compliance Fiscal
Em teoria, o Compliance Fiscal é um objetivo a ser perseguido, mas o caminho para amadurecê-lo internamente não é fácil.

Sem fórmulas mágicas ou equações que provoquem efeitos imediatos, é de suma importância que o gestor considere alternativas efetivas. Hoje, olhando para um segmento de inovação em franco aquecimento, é praticamente inconcebível ignorar o avanço tecnológico como um verdadeiro divisor de águas em termos de segurança jurídica e adequação tributária.
 
De fato, a tecnologia apresenta diferenciais críticos para a reformulação do setor tributário. E grande parte desse prestígio é configurado pelo impacto digital sobre o fluxo de dados.

Com uma solução de ponta, que agregue o valor esperado, é possível garantir a exatidão de todas as informações mobilizadas, contemplando regras específicas e exigências estabelecidas para o cumprimento das obrigações fiscais — dentro de um espaço 100% automatizado, com ganhos significativos de eficiência, segurança e assertividade.
 
Um software especializado não só traz clareza e sustentação para o processo fiscal, como desafoga a equipe de profissionais para que seu foco seja exclusivo ao core business da organização, sem desvios ou tarefas exaustivas, que pouco contribuem para a obtenção de melhores resultados.

Mais do que um aprimoramento meramente estrutural, a tecnologia oferece a oportunidade de se desenvolver novas relações tributárias, voltadas para um maior detalhamento e controle de impostos, saltos de produtividade e um viés estratégico a ser refletido em conquistas financeiras e benefícios fiscais.
 
Uma ferramenta bem-sucedida em sua aplicação possibilita a materialização de um projeto de Compliance Fiscal, no intuito de assegurar que todas as vantagens se tornem palpáveis no cotidiano tributário.

A partir dessa transformação factual, a empresa terá condições de seguir com seu crescimento sem se preocupar com entraves ou gargalos ocasionados por inconsistências tributárias, em um ritmo de estabilidade e plena harmonia fiscal.
 
*Marcelo Simões é Diretor de Operações e Cofundador da Comtax, empresa especializada na área fiscal. Graduado em Economia pela Universidade Estadual de Londrina, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV.