Inteligência Artificial aplicada à aprendizagem adaptativa reduz até 35% do investimento em treinamentos e pode aumentar produtividade em até 218%

Inteligência Artificial aplicada à aprendizagem adaptativa reduz até 35% do investimento em treinamentos e pode aumentar produtividade em até 218%

Avanço das tecnologias vem permitindo que crescimento profissional seja alavancado de forma cada vez mais individual
 

Um dos grandes diferenciais de um bom atendimento é a personalização, não é mesmo? E na hora de aprender, parece que a estratégia de individualizar também vem dando certo no mundo do trabalho. Quem mostra isso são os dados divulgados pela Association for Talent Development (ATD), que diz que programas de treinamento personalizados podem aumentar em até 218% a produtividade e os resultados dos funcionários e, de quebra, aumentar em até 24% o faturamento da empresa. Ou seja, quanto mais individualizado, melhor.
 

Por outro lado — e positivamente -, o cenário de treinamentos corporativos ultimamente vem passando por grandes transformações, tendo enfrentado uma pandemia — em que o online passou a fazer parte da vida — e um rápido avanço de tecnologias, como a Inteligência Artificial e o desenvolvimento dos algoritmos. Fato é que um novo momento vem nascendo dentro do universo da aprendizagem corporativa. “Hoje a gente tem conceitos como nanolearning, microlearning, e a mais significativa de todas que, com certeza, é a aprendizagem adaptativa. Com o uso de IA hoje em dia é possível, cada vez mais, individualizar treinamentos e, com isso, alcançar um nível de engajamento e aprendizado muito maior do que quando se oferece treinamentos pasteurizados, oferecidos de forma generalizadas para equipes inteiras, por exemplo”, conta Marcel Nobre, CEO da BetaLab, startup de educação especializada em treinamentos corporativos guiados por IA.

Mas, para que isso aconteça na prática, é preciso que as empresas estejam dispostas a buscar inovação, apostando em processos mais ágeis e amparados sim por tecnologia. “Nunca tivemos à nossa disposição tanta tecnologia para nos ajudar a libertar o nosso potencial criativo humano. Mas a tecnologia é apenas um meio, e não um fim. O problema é que não há transformação digital, em corporações onde os líderes possuem mindset analógico. Existe uma distância entre querer inovar, e inovar na prática”, diz Marcel. E realmente, quando se fala em inovar, pouco se considera o uso de tecnologia. O Mapa da Inovação Corporativa, realizado AEVO e Inventta, traz o dado de que 71% das empresas não utilizam ferramentas estruturadas para gerir novas ideias. A chance de não ter continuidade é não virar uma prática é grande, considerando a celeridade da tecnologia.

Unir a inovação aos treinamentos, portanto, pode ser uma estratégia produtiva quando se fala em desenvolvimento de equipes. E as possibilidades são diversas. De fazer um treinamento no metaverso a utilizar uma plataforma no formato do ChatGPT, por exemplo, para solucionar dúvidas de compliance ou orientar processos internos. O Banco do Brasil, por exemplo, vem experimentando inovar por meio de processos individualizados e vem colhendo resultados proveitosos junto à BetaLab, segundo Priscila Azevedo, assessora na Academia de Negócios da UniBB, a Universidade Corporativa do Banco do Brasil. “Tínhamos o desafio de desenvolver competências no contexto de transformação digital e cultural do BB e apostamos no nanolearning realizado de forma bem individualizada. Os participantes tiveram que produzir conteúdo em formato de vídeos curtos e ágeis, trabalhando pontos específicos de suas competências que, segundo relatos deles mesmos, impulsionou o desenvolvimento de habilidades estratégicas”, relatou ela.

E dentro de toda essa ideia está a autonomia, uma vez que um processo individualizado exige que as pessoas se envolvam em processos de forma mais independente e autônoma. “O desenvolvimento de um profissional hoje vai muito além de treinar hard skills . Hoje já sabemos que trabalhar as soft skills é tão ou mais importante e por isso, os processos de aprendizagem devem compreender a necessidade individual de desenvolvimento. A BetaXpert, que é a inteligência artificial que estamos desenvolvendo na BetaLab, vai aumentar exponencialmente o nível do engajamento dos colabores, já que estes só desenvolverão o que realmente precisam, e ainda poderá trazer redução no investimento em treinamentos de até 35%”, conclui Nobre.