Relatório da ONU alerta para falta de reciclagem e desperdício de bilhões em aparelhos eletrônicos

Relatório da ONU alerta para falta de reciclagem e desperdício de bilhões em aparelhos eletrônicos

A ONU divulgou um relatório alarmante indicando que consumidores em todo o mundo estão desperdiçando bilhões de dólares em aparelhos eletrônicos usados. Além disso, uma pesquisa conduzida pela UNITAR revelou que em partes da América do Sul, Ásia e África, a taxa de reciclagem desses dispositivos é quase inexistente.

Itens como brinquedos, cabos, cigarros eletrônicos, ferramentas, escovas de dentes elétricas, barbeadores, fones de ouvido e outros dispositivos domésticos contêm metais valiosos, como lítio, ouro, prata e cobre. A demanda por esses materiais está em constante crescimento, especialmente devido ao papel essencial que desempenham em setores em rápida expansão, como a produção de baterias para veículos elétricos.

Na Europa, por exemplo, a demanda por cobre deve sextuplicar até 2030 para atender às crescentes necessidades em áreas-chave como energia renovável, comunicações, aeroespacial e defesa. No entanto, muitos desses materiais preciosos são desperdiçados, uma vez que são descartados em vez de serem reciclados, ou permanecem acumulados nas residências das pessoas.

A ONU enfatiza que o desperdício é alarmante, com o Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (UNITAR) estimando que nove bilhões de quilos de resíduos eletrônicos são gerados globalmente a cada ano, representando materiais brutos no valor de US$ 9,5 bilhões (R$ 47,95 bilhões). Surpreendentemente, mais de um terço desse desperdício provém de brinquedos, como carros de corrida, bonecas falantes, robôs e drones, totalizando 7,3 bilhões de itens descartados anualmente.

Embora a taxa de reciclagem de resíduos elétricos e eletrônicos na Europa seja de 55%, a média global é um pouco mais de 17%. Em algumas regiões da América do Sul, Ásia e África, essa taxa chega quase a zero, muitas vezes devido à falta de pontos de coleta adequados. Além disso, a conscientização e a informação insuficiente entre os consumidores são apontadas como uma das principais razões para as taxas de reciclagem inconsistentes.

Desde 2005, na Europa, os fabricantes têm a responsabilidade de coletar e reciclar resíduos eletrônicos, geralmente em parceria com as autoridades ambientais.