Tecnologia

Seis áreas da tecnologia que devem ampliar oportunidades de trabalho em 2024

Seis áreas da tecnologia que devem ampliar oportunidades de trabalho em 2024

Metaverso e Inteligência Artificial lideram tendências para o mercado de trabalho em 2024

O especialista em dados e inovação e professor de MBA da FGV, Kenneth Corrêa, destaca que o ano de 2023 consolidou tecnologias emergentes, e para o ano seguinte, espera-se uma expansão ainda mais significativa do setor:  “A integração das tecnologias no nosso dia a dia anuncia um futuro de possibilidades praticamente ilimitadas e enfatiza a imperatividade de estarmos acompanhando bem de perto a evolução tecnológica”, explica. Dada a relevância e o crescimento exponencial das profissões ligadas à tecnologia, conheça seis áreas-chave que prometem ampliar as oportunidades de emprego em 2024:

Inteligência Artificial e Machine Learning

No mercado da tecnologia em 2024, a Inteligência Artificial (IA) e o Aprendizado de Máquina (ML) estarão em alta, e isso aumentará a procura por profissionais especializados. Cientistas de dados, Engenheiros de Machine Learning e especialistas em Processamento de Linguagem Natural (PLN) tornam-se peças-chave para empresas que buscam integrar a GenAI em seus produtos e serviços. O mercado de trabalho dessas áreas promete crescer exponencialmente, refletindo a busca incessante por inovação.

“Em relação à Inteligência Artificial generativa, observamos um marco histórico alcançado pelo ChatGPT, que atingiu um recorde de 1.5 bilhões de visitas únicas em setembro de 2023, evidenciando a relevância da IA no dia a dia das pessoas. Esta tecnologia trouxe consigo uma explosão de inovação, potencializada pelas várias iniciativas de gigantes da tecnologia, que mergulharam na corrida para aprimorar e diversificar suas plataformas de linguagem natural. Google com o Bard, Meta com o LLaMA, e a novidade do Claude pela Anthropic, são exemplos que redefinem nossa interação com as máquinas.”, comenta Kenneth Corrêa, especialista em dados e inovação.

Segundo a pesquisa da Morning Consult Research, a expectativa do público em relação às funcionalidades de IA inclui (nesta ordem): busca online, assistência na estrada, diagnósticos de saúde, receitas para cozinhar e assistentes inteligentes. Neste contexto dos assistentes, a OpenAI lançou os GPTs, e a Meta introduziu seus assistentes virtuais apostando em figuras carismáticas como Snoop Dogg e Tom Brady para cultivar uma relação mais próxima e confiável com os usuários.

Desenvolvimento para o Metaverso

Até 2026, 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no metaverso para trabalho, compras, educação, social e/ou entretenimento. É o que mostra relatório da empresa de consultoria em tecnologia, Gartner, que aponta que, em escala mundial, até 2026, 30% das organizações do mundo terão produtos e serviços prontos para a tecnologia.

O Metaverso abrirá novas fronteiras de oportunidades profissionais em 2024. Nesse sentido, os cargos relativos aos Desenvolvedores de Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA) ganharão destaque, enquanto artistas e designers 3D assumirão papeis importantes na criação de mundos imersivos e experiências inovadoras. Sendo assim, a expansão do Metaverso promete uma demanda crescente por profissionais capacitados a transformar conceitos em realidade virtual e proporcionar experiências envolventes.

O professor de MBA da FGV, Kenneth Corrêa, destaca: “Para quem busca ingressar no crescente mercado do Metaverso, já existem cursos específicos disponíveis. As áreas de Tecnologia da Informação, Design de Jogos, Programação, Arte Digital, Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR) concentram as principais qualificações necessárias”. 

Segurança Cibernética

Em um mundo cada vez mais conectado, a Segurança Cibernética torna-se um dos principais fatores de atenção e que merecem reconhecimento profissional. Especialistas em segurança da informação, analistas de risco cibernético e profissionais de compliance serão indispensáveis na proteção de ativos digitais. Desse modo, a evolução constante do cenário regulatório amplifica a necessidade de profissionais capazes de navegar e se adaptar a esse ambiente desafiador.

Um estudo realizado pela KPMG Cyber Trust entre maio e junho de 2022, com 1.881 executivos de diferentes países, sinalizou que mais de 80% dos respondentes reconheceram a importância de melhorar a segurança cibernética e incrementar a transparência a respeito do uso dos dados – papel dos profissionais de segurança cibernética.

O profissional de segurança cibernética deve ter diversas habilidades técnicas para enfrentar os desafios dinâmicos e graduais do cenário digital. Entre elas: a proficiência avançada em redes de computadores, sistemas operacionais e arquiteturas de software; uma compreensão detalhada dos protocolos de rede e habilidades avançadas de programação em linguagens como Python e Java.

Desenvolvimento de Super Apps

Superapps são aplicações que consistem em um conjunto de funcionalidades fundamentais, visando simplificar a rotina dos usuários. Estas plataformas têm a capacidade de oferecer experiências distintas e cada vez mais adaptadas às preferências individuais. 

Segundo dados do Gartner, consultoria especializada em Tecnologia da Informação, a estimativa é de que, até 2027, mais de 50% da população global utilizará vários Superapps diariamente. Dessa forma, com a popularização dos super apps, surge uma nova demanda por profissionais especializados em desenvolvimento. 

Programadores, designers UX/UI e estrategistas de produto encontram espaço no mercado ao focar em construir plataformas complexas e integradas. A complexidade desses aplicativos demanda expertise para criar experiências de usuário fluidas e eficientes.

“A experiência do usuário (UX) é uma habilidade indispensável para profissionais que desenvolvem superapps, pois influencia diretamente na qualidade do produto e na satisfação do usuário. Ao compreender a UX, esses profissionais podem criar interfaces intuitivas, proporcionar uma navegação eficiente e personalizar a experiência de acordo com as preferências individuais. Isso não apenas contribui para a retenção de usuários e feedback positivo, mas também confere uma vantagem competitiva ao superapp no mercado dinâmico. Em última análise, a integração da UX no desenvolvimento de superapps não apenas aprimora a usabilidade, mas também impulsiona o sucesso contínuo da plataforma”, comenta Kenneth.

Blockchain e Tecnologias Descentralizadas

A expansão da Blockchain para novas áreas impulsiona oportunidades para desenvolvedores, consultores de estratégia de criptomoedas e especialistas em finanças descentralizadas. A descentralização ganha destaque, criando um ambiente propício para o desenvolvimento de soluções inovadoras e a transformação de setores tradicionais. 

“Para o próximo ano, é esperado crescimento nas profissões ligadas à Web3, que envolve blockchain, NFTs e criptomoedas, pois são áreas diretamente ligadas aos metaversos descentralizados (ex: Decentraland, The Sandbox, Cryptovoxels)”, sinaliza Kenneth. A Web 3.0 ou Web3 é a terceira geração da internet, que é alimentada pela tecnologia blockchain. Ela é vista como uma internet onde, além de participar, o usuário é o dono daquilo que está participando, com poder de decisão.

Cloud Computing e Edge Computing

A computação na nuvem (cloud computing) já representa, em média, 42% do processamento nas empresas do Brasil, segundo a Pesquisa Anual do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGVcia). O percentual é inédito nos últimos 34 anos, período em que a instituição realiza o estudo. 

Em um mundo em que a computação em nuvem e o edge computing desempenham papéis centrais, a demanda por especialistas nessas áreas só cresce. Profissionais focados em infraestrutura de nuvem, engenheiros de rede e especialistas em implementação de soluções descentralizadas tornam-se atores-chave na otimização da distribuição e descentralização de dados.

“A adoção da Cloud (computação em nuvem) distribuída irá acelerar, acompanhando a migração de serviços e processos para infraestruturas de nuvem, oferecendo às organizações flexibilidade, resiliência e eficiência melhoradas”, reforça Kenneth. “Essas seis áreas representam apenas uma fração das oportunidades geradas pelas mudanças tecnológicas previstas para 2024. A busca incessante por educação e adaptação a essas inovações é indispensável para os profissionais que almejam se destacar e explorar plenamente as novas oportunidades que surgirão no horizonte tecnológico”, finaliza.