Rastro digital: as informações que você fornece para que a internet saiba demais sobre você

Rastro digital: as informações que você fornece para que a internet saiba demais sobre você

*Por Willian Bergamo 

Willian Bergamo 

 Tudo aquilo que fazemos, de alguma forma, deixa marcas. Podem ser pegadas no chão, digitais que ficam onde colocamos as mãos ou mesmo a nossa imagem captada pela câmera de um estabelecimento qualquer. No mundo virtual, não é diferente. O que fazemos ali também deixa marcas. São os chamados rastros digitais ou, do inglês, digital footprint.
 
Boa parte dos rastros digitais é criada intencionalmente por nós mesmos, como postagens e interações nas redes sociais, mensagens de e-mail, conversas no WhatsApp, publicações em blog, entre outros.
 
Mas existem também as marcas que são criadas sem a nossa intenção como registro de visitação em sites, tempo de permanência, termos de buscas realizadas, chamadas efetuadas e assim por diante.  

Há ainda a categoria de dados que são registrados intencionalmente, mas ficam ocultos. São informações em bancos do SPC, tribunais, bancos, cartórios etc. Ainda assim, eles ajudam a compor o seu digital footprint. 

O fato é que estamos constantemente fornecendo informações para a internet, consciente ou inconscientemente. Mesmo que tentemos reduzir a forma como divulgamos dados pessoais online, a rede ainda registra informações de maneiras desconhecidas para nós. Os cookies, por exemplo, rastreiam nossas vidas online e compartilham essas informações com aplicativos e sites, muitas vezes sem a nossa permissão.  

Em resumo, seu rastro digital torna mais fácil identificar quem você é, não apenas pelos seus dados de documentos pessoais, mas pelos lugares que frequenta, trajetos, gostos e preferências pessoais, opinião, dentre outros. E isso pode não ser tão legal, se acessado por pessoas mal-intencionadas.
 
Com acesso a uma quantidade tão grande de informações, os cibercriminosos podem criar perfis digitais detalhados que incluem nossos hábitos, gostos, desgostos e demais traços de personalidade. Infelizmente, essas informações são tudo o que eles precisam para detectar nossas vulnerabilidades e explorá-las.
 
Os cibercriminosos lucram com a exploração de pegadas digitais pessoais ou corporativas. Roubo de identidade, ataques de phishing e ransomware são todos baseados na capacidade de um hacker acessar suas informações confidenciais. Quanto maior for o seu rastro digital, maior a probabilidade de você estar sujeito a um ataque bem-sucedido.
 
Por uma perspectiva menos drástica, mas não menos importante, hoje é muito comum que, no momento em que se precisa saber mais sobre o indivíduo, pessoas físicas e jurídicas recorram ao Google, por exemplo, e ali apareçam todas as informações a respeito dele.
 
Pensando por este lado, aqueles que querem ser contratados ou se manter em boas empresas, devem cuidar de sua imagem na internet, pois com a possibilidade de organizações buscarem a pegada digital dos seus futuros e atuais colaboradores nesse ambiente, dependendo das informações que encontrarem, podem desistir de uma contratação ou até mesmo gerar a demissão de um funcionário.
 
Para ter uma ideia sobre o que está disponível na internet em seu nome, basta fazer uma pesquisa no Google. Alguns casos assustam, mas servem para mostrar como as pessoas se expõem no universo online, principalmente, nas redes sociais.
 
Após fazer a pesquisa, pense o que pessoas mal-intencionadas poderiam fazer com todos os dados encontrados.

Isso causaria muitos problemas, não? Pensando nisso, gostaria de finalizar este texto com algumas dicas de como se proteger quando interagir com outras pessoas por meio dos canais digitais.

– altere as configurações de privacidade das redes sociais para que somente seus amigos tenham acesso ao seu perfil;

– não faça postagens ou publique fotos que possam se tornar embaraçosas no futuro;

– evite divulgar dados pessoais, como endereço e telefone, mesmo em mensagens privadas

– não faça publicações que possam denegrir a imagens de outras pessoas, pois isso pode acabar em um processo judicial;

– apague históricos e arquivos temporários;

– crie senhas fortes;

– confira se os sites de bancos, lojas, entre outros, possuem certificações de segurança. 

Nunca é exagero reforçar que a segurança digital na internet é uma preocupação cada vez mais importante e urgente.

As ameaças cibernéticas estão em constante evolução e podem ter consequências devastadoras para indivíduos e empresas. É essencial que todos nós tomemos medidas proativas para proteger nossos dispositivos, informações pessoais e profissionais.
 
*Willian Bergamo é cofundador e CEO da e-Safer, consultoria de TI e Segurança da Informação com importante reputação no fornecimento de projetos de alta qualidade, destinados a proteger informações e identidade