A inteligência artificial (IA) representa um perigo de extinção semelhante ao das pandemias ou de uma guerra nuclear

A inteligência artificial (IA) representa um perigo de extinção semelhante ao das pandemias ou de uma guerra nuclear

De acordo com um grupo de mais de 300 especialistas e pesquisadores do setor, a inteligência artificial (IA) representa um perigo de extinção semelhante ao das pandemias ou de uma guerra nuclear. Em uma declaração divulgada pelo Center for AI Safety, uma organização sem fins lucrativos sediada em São Francisco, Estados Unidos, eles afirmam que mitigar o risco de extinção causado pela IA deve ser uma prioridade global, assim como os riscos sociais das pandemias e guerra nuclear.

Desde o lançamento do ChatGPT, um chatbot desenvolvido pela OpenAI, em novembro de 2022, cresceram as preocupações sobre as possíveis consequências dessa tecnologia. Dois dos principais receios são a disseminação em larga escala de desinformação e propaganda, além da possibilidade de eliminação de empregos em vários setores.

Alguns dos signatários dessa declaração incluem o CEO da Google DeepMind, Demis Hassabis, o CEO da Anthropic, Dario Amodei, o CEO da OpenAI, Sam Altman, Geoffrey Hinton, conhecido como o ‘padrinho’ da IA e que trabalhou na Google, e Youshua Bengio, dois dos três pesquisadores de IA que receberam o Turing Award em 2018 pelo seu trabalho nessa área.

Geoffrey Hinton expressou preocupação em uma entrevista recente ao The New York Times, no início deste mês, de que essa tecnologia possa ultrapassar a capacidade intelectual humana. Ele destacou que muitas pessoas acreditavam que isso ainda estava muito distante, incluindo ele próprio, que pensava que levaria de 30 a 50 anos ou mais. Porém, agora ele reconhece que estava enganado.

Os CEOs da OpenAI, Sam Altman, Demis Hassabis e Dario Amodei, reuniram-se com o presidente dos EUA, Joe Biden, e a vice-presidente, Kamala Harris, neste mês para discutir a regulamentação da IA. Altman também testemunhou perante o Senado, alertando que os riscos dessa tecnologia são graves o suficiente para justificar a intervenção do governo dos EUA.

Em março, mais de mil empresários e pesquisadores do setor de tecnologia, incluindo o bilionário Elon Musk, que não assinou a declaração divulgada hoje, pediram em um comunicado que “sistemas de IA mais poderosos que o GPT-4”, o modelo mais recente da OpenAI, sejam suspensos por seis meses.