Google é processado por monopólio: veja como isso impacta os anunciantes

Google é processado por monopólio: veja como isso impacta os anunciantes

Especialista Gustavo Coelho explica se este processo pode interferir nos anúncios do Brasil

Gustavo Coelho

Para quem não está por dentro do mercado de anúncios na internet, o Google vêm sendo acusado, há algum tempo, de monopolizar os anúncios e serviços oferecem aos consumidores nos dispositivos e plataformas. Comum na Europa, as multas e processos vem ganhando força e, recentemente, até os Estados Unidos ficaram mais criteriosos com as atividades que julgam ser injustas com a concorrência. Não à toa, o Departamento de Justiça e mais oito Estados dos EUA entraram com uma ação antitruste contra a gigante de tecnologia, no dia 25 de janeiro deste ano. Antitruste é a união de empresas formando uma ou um grupo de associados, criando um monopólio absoluto, com o objetivo de controlar a maior parte do mercado. A ação alega que a empresa monopoliza, de forma ilegal, o mercado de anúncios online. Toda a documentação tem 155 páginas e foi protocolada no Distrito Leste da Virgínia. 

Para o consultor em anúncios digitais, Gustavo Coelho, o Google está sendo acusado de monopólio porque chegou ao topo muito rápido e permaneceu assim por muitos anos, mesmo com outros concorrentes em vigor, como o Yahoo, o AOL (América On Line) e até a entrada do Facebook, em 2014. Segundo o especialista, o Google e o Facebook competem de igual para igual, mas em 2022, o primeiro faturou cerca de US$200 bilhões, enquanto o segundo chegou perto dos US$150 bilhões. Mesmo com a chegada de empresas como TikTok, Pinterest, Twitter e LinkedIn, o Google ainda tem um percentual maior que todas elas reunidas. 
“A princípio, não vejo que esse processo causará um impacto direto nos anúncios, aqui no Brasil, até porque, com o tamanho e a complexidade do processo, essa ação ainda vai demorar muito até que defina alguma coisa ou que alguma alteração seja feita na ferramenta” pronuncia Coelho. 

Gustavo também não acredita que os anúncios sofrerão impacto no faturamento “Pela minha experiência como consultor, ao longo dos anos, imagino que, cerca de 90% do faturamento dos anúncios do Google seja feito de forma pré-paga, ou seja, você paga e depois utiliza a ferramenta. Só grandes empresas e agências conseguem tem esse privilégio de pagar durante/pós o uso, mas a grande maioria primeiro paga por boleto e cartão de crédito para depois anunciar, por esse
motivo também não acredito que o processo mudará algo em relação ao faturamento do Google, ou mude a forma de pagamento e nem prejudique os anunciantes. Em hipótese, o que pode acontecer é o Google Adsense ser obrigado a mostrar os extratos das parcerias de forma mais clara. Nesse caso, pode ser que a ferramenta precise devolver algum valor, mas isso é imensurável. Mas com a minha experiência de 11 anos com a Google, vejo que é uma empresa corretíssima, onde não vemos muitos problemas com ela, como acontece com o Facebook, por exemplo”, opina o especialista. 

Saiba como funciona os anúncios no Google:
Hoje em dia, o Google tem cerca de 3 milhões de sites parceiros. Esses sites criam uma conta no Google Adsense e liberam espaço para potenciais anúncios. O Google insere os anúncios dos seus clientes dentro desses espaços e, toda vez que algum usuário clicar, o site parceiro ganha uma porcentagem em dólar. O valor é de acordo com o número de anunciantes de um mesmo serviço e região. 

Sobre Gustavo Coelho:
Há 16 anos especializado em tráfego pago, Gustavo Coelho é uma das maiores referências do assunto no Brasil. Já ganhou, inclusive, destaque do próprio Google Brasil por suas performances de anúncios na plataforma. Hoje, atua como consultor de anúncios pagos para grandes empresas e é palestrante.

Além disso, está à frente de cursos on-line e mentorias para mais de 4 mil brasileiros que atuam como profissionais liberais, autônomos e pequenas e médias empresas que buscam nos anúncios digitais a chance de captar mais clientes e promover seus negócios.